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Agenda incendiária: Campanha eleitoral vai pegar fogo e pode cremar a cidadania.

Atípicas e francamente plebiscitárias, as eleições que ocorrem no Brasil no próximo dia 2 de outubro prometem atingir altíssimas temperaturas, mormente no que se refere à disputa para a presidência da República. Ódio, sectarismo, cegueira ideológica, rancores e violências formam a fervura a ser derramada sobre as cabeças dos eleitores, que já começam a ser caçados por todos os cantos e rincões, muitas vezes com o uso de armas ilegais, entre elas a avassaladora notícia falsa, muito conhecida no estrangeirismo como “fake news”.

Em vista do ambiente ácido em que se desenvolverá, felizmente será uma campanha bastante curta. Comícios, distribuição de material gráfico, propagandas na internet e caminhadas deverão ocorrer a partir de 16 de agosto. Já a xaropada intragável das peças publicitárias em horário gratuito de rádio e televisão fica liberada entre 26 de agosto e 29 de setembro. E não apenas se decidirão os rumos da presidência da República e dos governos estaduais. Também estarão na cumbuca os nomes dos pretendentes ao Legislativo: aspirantes a senadores, deputados federais e estaduais se lançarão vigorosamente, na busca frenética por adeptos.


O fogaréu das eleições de outubro exigirá três vértices fundamentais dos eleitores, para não serem literalmente incinerados no maçarico do radicalismo: informação, discernimento e ponderação. E como corolários não menos cruciais, haverá o votante que pensar não apenas em si ou em seus negócios, mas na sociedade, enquanto principal alvo das consequências que, por certo, advirão, a partir do primeiro dia de 2023.


Mais que anormal, o pleito que se avizinha será, com certeza, o mais importante dos últimos cinquenta anos, quando o Brasil passou da ditadura militar ao experimento da plena democracia, e precisa se consolidar, perante o mundo, como nação livre, próspera, plural, multirracial e fraterna. Infelizmente não foi o que vimos nesses últimos quatro anos, quando tentou-se, de todas as formas, construir muros, impor barreiras, na tentativa de ressuscitar os cadáveres nauseabundos do autoritarismo, num verdadeiro ataque de zumbis e sombras fantasmagóricas.


Serão, portanto, eleições históricas, que com certeza passarão aos compêndios como um momento de extremismos abissais, mas de capital importância para o delineamento do sistema político que permitirá (ou não) o real desenvolvimento social, cultural, educacional e econômico do Brasil, sem os grilhões e “apartheid” que ensaiam o estrangulamento geral.


Tradicionalmente mais conservador que progressista, o município de Oliveira entra nessas tórridas disputas, também num ambiente de divisões e intolerâncias, que ao longo do último quatriênio abriu dolorosas feridas, formatou inimizades, abalou famílias, destruiu parcerias, diminuiu afeições, conspirou contra a diversidade e, muito tristemente, semeou o joio da desinformação e da pregação da mentira, na crença da verdade. Tão severo foi esse tempo, a ponto de desestimular o debate público, inibir a apresentação de alternativas e, pior ainda, impor mordaças nas vozes mais lúcidas desta fértil terra, por temores, instinto de sobrevivência ou compulsórias abdicações.


O que se espera, nos próximos dois meses, é que ainda reste um mínimo de sobriedade e dignidade coletivas, com potência bastante para arrefecer o incêndio anunciado, para que não se queime, de vez e para sempre, os escrúpulos germinadores do verdadeiro bem.


Porque Nero queimou Roma, na ânsia de construir uma nova sociedade. E não vacilou em por a culpa nos cristãos...

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