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Foto do escritorLeonardo José da Rocha

Aos 136 anos, o que é a GAZETA DE MINAS?


Leo Rocha


Dentro de projeto pedagógico com o tema “A Evolução da Comunicação. Como começou e como chegamos até aqui. Comunicação através do jornal. A Gazeta de Minas”, alunos da Turma 2.02 Matutino, da Escola Estadual Professor Pinheiro Campos, tomaram a iniciativa de entrevistar o atual editor do jornal, João Bosco Ribeiro, sobre o nascimento do periódico; temas cobertos pelo semanário; como ele se mantém financeiramente; critérios para seleção de pautas; desafios atuais, projetos e como os leitores podem contribuir para a preservação do jornal. Acompanhados das professoras Luciene Silva de Oliveira Caputo e Fernanda Alves da Silva Marques, estiveram na redação da GM os alunos Alexandre Carlos Silva; Igor Lucas Silva Correia; Bruna Maria da Silva; Iago Henrique de Fátima Dionísio e Gabriel Oliveira de Jesus.


Alunos - Qual é a história por trás da criação da Gazeta?

João Bosco – Um jornalista português, Antônio Fernal, fixa residência em Oliveira, após passar por Ouro Preto e Itapecerica. Aqui ele funda, no dia 4 de setembro de 1887, a GAZETA DE OLIVEIRA, mais tarde rebatizada de GAZETA DE MINAS, em vista da expansão do jornal, que começa a cobrir todo o território mineiro, como também a Corte Imperial no Rio de Janeiro, então capital do Brasil. O jornal sempre foi semanal, no início cobrindo fatos de todo o país e exterior e mais tarde atendo-se às notícias de Oliveira, o que é feito até hoje. Pertenceu a grupos empresariais e figuras políticas locais. No início da década de 1940 foi doado à Diocese de Oliveira, que acabava de ser instalada, permanecendo sob a direção da Igreja Católica até o final da década de 1980, quando foi passado ao então editor Gumercindo da Silveira e em seguida à atual empresa proprietária: Gazeta de Minas Gráfica e Editora Ltda.


Alunos - Quais são os principais temas que a Gazeta cobre?

João Bosco – Todos os fatos de interesse coletivo, que dizem respeito a Oliveira e aos oliveirenses. Temos um editorial na página 2, que é a opinião do jornal, escrito com base nas técnicas de jornalismo de análise noticiosa. Crônicas com temas diversos, artigos opinativos sobre vários assuntos, incluindo economia e política de âmbito municipal, estadual e federal. Duas colunas sociais – Gente GM e Ninon, ambras de periodicidade quinzenal. Esportes, essencialmente sobre o que ocorre em Oliveira. Há, ainda, espaços publicitários empresariais e institucionais, falecimentos, aniversários e publicações diversas.


Alunos - Como a Gazeta se mantém financeiramente?

João Bosco – O acesso ao conteúdo do jornal se dá por meio de assinatura, tanto da edição impressa como no on-line. As edições também são vendidas em bancas. Outra fonte de recursos é a venda de espaços publicitários. Além disso mantemos uma gráfica em funcionamento, que oferece serviços inerentes a esse setor industrial. As edições da GAZETA são impressas em nossa gráfica, primando pela qualidade visual e diminuindo os custos de produção.


Alunos - Quais são os critérios para seleção de pautas e reportagens?

João Bosco – Os fatos passam por uma triagem em duas reuniões de pauta realizadas semanalmente. Entram na pauta final aquelas notícias mais importantes e de necessário conhecimento da população. Essa escolha, que obedece a critérios técnicos, é realizada por profissionais devidamente habilitados em curso superior de jornalismo. Equilíbrio, respeito, volume informacional e isenção são as principais diretrizes no momento de formularmos uma reportagem.


Alunos - Como a Gazeta se mantém imparcial e objetiva em sua cobertura jornalística?

João Bosco – Nossa linha editorial tem como princípio informar de forma técnica e isenta, pois sabemos que nosso público leitor é muito diversificado, tanto em nível político, como cultural, religioso, econômico, educacional, etc. Para conseguir esse nível de isenção, procuramos manter nossa independência financeira, assegurada por meio de nossos assinantes, anunciantes e compradores em banca.


Alunos - Quais são os desafios enfrentados pela Gazeta atualmente?

João Bosco – Temos uma concorrência profundamente perigosa e amadora, proveniente das redes sociais, onde qualquer pessoa fala o que bem quer, sem nenhum critério ou compromisso com os fatos. Daí surgem, diariamente, as já famosas “fake news”, baseadas em mentiras e dedicadas a satisfazer interesses escusos. Essa é uma praga que combatemos por meio da divulgação de notícias verdadeiras, sem interesses ou amarras políticas. Temos, também, aqueles que, por questões ideológicas ou falsa doutrinação de políticos, atacam, conspiram, intimidam, sabotam e tentam destruir o jornal, simplesmente porque a GAZETA não endossa suas teorias políticas e não se curva aos seus chefes. Nosso compromisso real e único é com a verdade e com a qualidade dos fatos a serem divulgados, de forma a honrarmos as tradições centenárias do periódico mais antigo de Minas e a confiança em nós depositada por nossos assinantes e demais leitores. Aqui se faz jornalismo autêntico e confiável, enfrentando, para tanto, desafios muitas vezes injustos e frutos da desinformação, gerada pela idolatria e senso comum. Podemos até parecer um pequeno jornal de interior, mas sua grandeza e utilidade social está estampada em suas páginas, fazendo da GAZETA DE MINAS um dos mais importantes jornais de Estado.


Alunos - Como a Gazeta utiliza as mídias sociais para alcançar seu público?

João Bosco – De fato, temos duas plataformas de comunicação: a mídia impressa e os canais virtuais. Cada uma tem seus modos de alcançar o público. Neste momento está em curso um projeto jornalístico via redes sociais como facebook, Whatsapp, Instagram e principalmente por meio de nosso portal, que há menos de dois anos passou por uma grande reformulação, com emprego do que há de mais moderno e eficiente em termos de ciência da informação. Sabemos que a tendência é de fortalecimento da plataforma virtual, e por isso tratamos de nos adaptar a ela, para que o futuro não nos pegue despreparados. Por acreditar nas novas tecnologias, o jornal GAZETA DE MINAS foi o primeiro veículo da cidade a criar um site, no início da década de 1980. Hoje divulgamos diariamente um volumoso conteúdo noticioso pelas redes sociais, de amplo aspecto, em tempo real e com acesso gratuito. Além disso, oferecemos o jornal, também em meio digital, para assinantes que preferem ler a GAZETA em seus celulares, tablets ou notebooks, no mesmo formato da edição impressa.


Alunos - Existe algum projeto ou iniciativa especial que a Gazeta esteja desenvolvendo no momento?

João Bosco – Como dissemos, desenvolvemos neste instante um grande projeto no portal e nas mídias sociais, além, claro, da constante renovação e atualização de nossa edição impressa, sempre com novas abordagens jornalísticas e extrema atenção ao conteúdo oferecido aos nossos assinantes.


Alunos - Como os leitores podem contribuir com a Gazeta, seja através de envio de sugestões de pautas ou de apoio financeiro?

João Bosco – Sugestões de pautas sempre serão muito bem-vindas. Basta ligar para a redação e solicitar a reportagem. A participação da sociedade realmente é uma forma de incrementar e melhorar o noticiário, abrangendo mais temas e situações de interesse geral. Mas a melhor forma de contribuir com este importante patrimônio cultural de Oliveira e de se manter realmente bem informado sobre o que de mais importante ocorre no município, é assinando a GAZETA DE MINAS. Somente por meio de novos assinantes vamos conseguir manter nossa independência, nível técnico, qualidade de texto e precisão informativa. Se querem ajudar o jornal de Oliveira, façam suas assinaturas ou consigam novos assinantes.


Alunos - Quais são os planos futuros da Gazeta para continuar crescendo e se adaptando às mudanças no cenário jornalístico?

João Bosco – Embora as plataformas ou meios de difusão mudem com o tempo e com o desenvolvimento tecnológico, o jornal GAZETA DE MINAS não sofre nenhum tipo de abalo no que tem de mais importante: seu conteúdo jornalístico. Mas a perenização do periódico depende exclusivamente do público que ele atinge. Quanto mais assinantes tivermos, mais seguro estará o futuro da GAZETA, um veículo de comunicação que pertence ao povo de Oliveira e por ele precisa ser mantido. Independentemente das plataformas utilizadas, nossos planos passam pelo aprimoramento constante da qualidade técnica e informacional e luta contínua contra a desinformação que contamina as redes sociais. Vamos sempre nos esforçar para oferecer o melhor em nível de notícias e análises conjunturais, na certeza de que, somente assim, continuaremos a merecer o apoio e a confiança de todos.

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