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Foto do escritorLeonardo José da Rocha

Arquitetos promovem oficina sobre histórias em quadrinhos


Evento se liga didaticamente ao projeto “Turma do Zeca Cainaguinha”

  

Com patrocínio do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Minas Gerais (CAU-MG), acontece nesta segunda-feira (25) na Fundação Educacional de Oliveira (FEOL), uma oficina gratuita sobre histórias em quadrinhos (HQ), ministrada pelos arquitetos Heraldo Laranjo (pesquisador, palestrante e escritor) e Matheus Soares (professor e ilustrador). 


Autor do projeto “Turma do Zeca Cainaguinha”, que utiliza a HQ como forma de expressão e comunicação, Heraldo Laranjo argumenta que o nosso tempo tem sido de muitos desafios,  em especial para quem é pai, mãe e educador. Embora útil e necessário, o mundo digital, com sua voracidade de consumo, traz dilemas para o processo educacional e de formação de cidadãos conscientes. Pensando nessas questões é que foi formatada a oficina, com o objetivo de interagir com os participantes, num projeto diferente e dedicado a estimular a criatividade.


“Se você tem mensagens a transmitir, sede por se expressar e conteúdos que podem ser transformados em narrativas, venha então participar da nossa primeira oficina de quadrinhos”, convoca o arquiteto, que abordará técnicas de construção de enredos e desenvolvimento de personagens, compartilhando o seu processo de criação das histórias que envolvem figuras como o Carlim Ciência, Tiãozim Patrimônio, Cãonágua Valentim e Crispim Capetim.


Há 38 anos envolvido com a luta pela preservação do patrimônio histórico de Oliveira, Heraldo formatou, o projeto “Turma do Zeca Cainaguinha”, como meio de levar à comunidade o real sentido da preservação do patrimônio cultural, em especial o arquitetônico, a começar pela necessidade de conhecê-lo e preservá-lo acima das questões políticas e dos desagradáveis efeitos causados pela difusão de conceitos errôneos e distorcidos que a comunidade tem experimentado, principalmente após o tombamento do centro histórico de Oliveira pelo IEPHA em 2013. 


O projeto aborda várias questões, colocando o patrimônio cultural como um dos pontos a serem bem considerados na formação da cidadania. A diversidade cultural está representada pelos vários tipos humanos dos personagens. Questões da sociedade contemporânea são tratadas de forma lúdica, porém com a seriedade que exigem, como a defesa do meio ambiente natural e cultural, a importância da Ciência e sua necessária popularização, o imprescindível conhecimento sobre atualidades do universo cultural, a necessidade do gosto pela leitura e pesquisa, difusão e entendimento sobre a luta antirracista.


“Sabemos bem que as HQ têm um poder considerável como veículo de penetração de mensagens entre todas as faixas etárias da população e, em especial, entre as crianças e jovens, alvos de nossa constante preocupação.  Valores e virtudes estarão sendo difundidos, contribuindo com a pedagogia necessária e urgente que temos a transmitir, suprindo uma lacuna existente nos meios escolares quanto a esses temas, oferecendo ferramentas e suporte aos professores”, salienta Heraldo.


Sobre o patrimônio imaterial, informa o autor que a tradição dos cai-náguas e gatinhas está sendo revitalizada de forma inovadora, numa linguagem atual utilizada pelas novas gerações, contando com personagens que defendem as variadas frentes de defesa da vida e do conhecimento, bem como das relações sociais na sociedade contemporânea.


Sobre esta notícia leia o editorial “Quadrinhos educadores”, na página 2 desta edição.

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