Dom Miguel e dom Barroso fazem parte da história da diocese.
No momento em que se comemora o jubileu dos 80 anos da Diocese de Oliveira, duas das mais significativas figuras de sua história, o atual bispo diocesano, dom Miguel Angelo Freitas Ribeiro, e o bispo emérito, dom Francisco Barroso Filho, falaram sobre a celebração e a experiência de cada um deles à frente da diocese. Ouvidos por Lucimar da Mata Silva, os bispos também comentaram as dificuldades enfrentadas pela igreja e o que esperam para o futuro. Eles também transmitiram uma mensagem para a comunidade católica de Oliveira e das demais cidades que fazem parte do bispado.
Para dom Francisco Barroso a diocese comandada por ele durante 21 anos se transformou em uma grande família, da qual ele se considera como um pai espiritual que não se cansa de agradecer a Deus por tê-lo colocado nessa região. O bispo emérito observa que as cidades que integram a diocese são habitadas por pessoas muito boas, piedosas e religiosas, e que estão em uma das melhores regiões de Minas e talvez do Brasil. Relata ainda ter sido muito bem acolhido e durante esse tempo construiu muitas amizades. Acrescenta dom Barroso que se alguma coisa realizou foi devido à colaboração de muitas pessoas, de padres e leigos.
Sobre as crises da Igreja Católica, disse que sua história foi sempre marcada por momentos de dificuldades. Segundo ele, porque a Igreja é santa e pecadora, sendo constituída de homens pecadores, limitados com seus defeitos próprios. Por outro lado também tem a presença de Deus constante, do Espírito Santo. Para o bispo as dificuldades, perseguições e má compreensão sempre existiram, mas salientou que as pessoas não podem se abalar com isso e devem continuar confiando que Deus há de prover o necessário para cada época.
Dom Francisco Barroso falou ainda de sua grande alegria em poder comemorar esses 80 anos, especialmente por ter contribuído com muitas páginas dessa história. Sua mensagem para a diocese está no seu lema, caminhemos unidos na fé, no amor e tudo será realizado.
Já o atual bispo diocesano, dom Miguel Angelo, salienta a importância de sempre comemorar as datas, até mesmo para que se preserve a memória das pessoas, sobretudo hoje, após o ambiente digital, quando a memória ficou sujeita a se apagar.
O bispo da diocese manifestou sua gratidão a Deus pelos 80 anos de sua criação e de tanta coisa que se fez apesar das dificuldades, dos problemas que sofre a Igreja em todo o mundo. Dom Miguel destacou a importância da presença na região de dom José Medeiros Leite, primeiro bispo diocesano, não só de evangelização, mas pela promoção social e humana, pela sua dedicação e grande horizonte que tinha naquele tempo. Ele disse também que vê o futuro da diocese com muito otimismo, porque a Igreja pertence a Deus, que tem Cristo como sua cabeça, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.
Na avaliação de dom Miguel, crises, dificuldades e problemas sempre vão acontecer, mas ele vê para frente uma bela história a se construir e o que será feito depende de cada um: sacerdotes, diáconos, religiosos e leigos. Para ele as dificuldades são um desafio à superação e ao crescimento, e observa como as maiores delas a expansão urbana que é um desafio enorme para a pastoral, a dificuldade financeira e por fim a pandemia, causadora de dois anos de falta de contato pessoal.
Numa reflexão sobre o momento atual, quando vê as pessoas dizendo que o mundo está ruim, dom Miguel orienta que é preciso lembrar a palavra de Santo Agostinho, ainda no século quinto. Segundo ele, quem diz que o mundo está ruim é porque não conheceu os tempos antigos. Sua mensagem para a diocese é ter um olhar para o passado para não cometer os mesmos erros e criar o novo, Também é importante o acolhimento cotidiano do evangelho com alegria, esperança e paz.
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