Idealizado e construído por Ronaldo Resende há dez anos, o Parque João Reis proporciona vastos benefícios a Oliveira.
Comemorou-se, semana passada, uma década de existência do Parque Ecológico João Reis (Capão). Trata-se de um dos principais legados do ex-prefeito Ronaldo Resende, que teve, na época, a luminosa ideia de dotar Oliveira de uma autêntica e saudável área de lazer, histórica carência do município. Melhor ficou o sonho, quando Ronaldo apontou o local onde deveria ser erguido o parque, contíguo a um tesouro ambiental urbano: o “Capão”, pequena e resistente mata urbana nativa que, depois disso, ganhou em importância social, transformando-se numa preciosidade de permanente proteção.
Obrigatório, por questão de justiça histórica, creditar a Ronaldo Resende, em seus dois mandatos como prefeito de Oliveira, alguns dos avanços mais significativos da história de Oliveira, com vistas à obtenção de uma cidade mais eficiente e autônoma. E foi dentro desse vislumbre futurista que surgiu e se concretizou o projeto que, desde então, representa um inquestionável ganho municipalista.
O que há de mais pujante no Parque João Reis é sua característica eminentemente democrática, enquanto estrutura de uso universal e gratuito para toda a população. O que o gestor pensou, naquele momento, foi promover a saúde e o bem estar coletivo, dando acesso a esses que são, sem dúvida, os bens mais preciosos da vida atual.
Pena que, nesses dez anos de vida, o Parque João Reis ainda não foi verdadeiramente abraçado pelo povo de Oliveira. Como muito bem disse a atual prefeita Cristine Lasmar, em entrevista ao repórter Miguel Paulo para a GAZETA DE MINAS ON LINE, muitos oliveirenses ainda não conhecem o parque. De fato, apesar de já ter percorrido dez anos, e isto não é pouco, podemos afirmar que a maioria da população não tem o local como de rotineira frequência. Ou seja, por razões que precisam ser analisadas, aquele grande espaço ecológico ainda carece de imprescindível aceitação.
Enquanto isso não ocorre, desenvolve-se em seu entorno um vigoroso progresso do setor imobiliário, tomando como principal argumento de venda a localização dos prédios, com “vista definitiva” para a mata, os lagos e tudo de melhor que a paisagem possa proporcionar ao potencial comprador. Em resumo: isto aumenta ainda mais o brilhantismo da ideia de Ronaldo, pois valoriza sobremaneira tudo que for construído nas imediações.
Muito curiosamente, o Parque João Reis trouxe, em si, uma concreta solução para o problema da especulação imobiliária que agredia o patrimônio histórico de Oliveira. Mesmo não sendo nenhum defensor da preservação, pelo contrário, tendo agido, em alguns momentos cruciais, como ácido crítico e até mesmo com hostilidade contra aqueles que se puseram a favor do tombamento do centro histórico de Oliveira, projeto que acabou se concretizando à revelia do Executivo, ao criar o Parque do Capão, o ex-mandatário acabou agindo, por ironia do destino, em favor do deslocamento do eixo da construção civil para o prolongamento do Bairro Dona Sinhaninha. É muito pela vizinhança do parque que hoje vemos os prédios de apartamentos se multiplicarem ao seu redor, e agora com mais um grande empreendimento representado pelo condomínio “Novo Sinhaninha”, voltado para moradias de luxo de apenas um pavimento. Ora, o deslocamento do eixo arquitetônico de Oliveira fez com que o patrimônio histórico deixasse de ser objeto da ganância imobiliária, para ser reconhecido e respeitado por empresários, empreiteiros, profissionais da engenharia e até pelo Poder Executivo, que já foi um de seus algozes.
Vários e valorosos foram, portanto, os benefícios públicos da iniciativa de Ronaldo Resende, que precisam ser reconhecidos e aplaudidos, neste momento em que o parque acaba de completar seus primeiros e significativos dez anos. Resta, agora, à comunidade oliveirense, passar a usufruir, de maneira mais intensa, desse grandioso bem, que de nada mais precisa do que eventos, presença e abraço.
Gloriosa natureza, que do alto de seu silêncio, humildade e grandeza, nos oferece contundentes lições.
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