Tradicional produtor de café, o município de Oliveira vivencia um crescimento na produção de milho para grão e de soja, esta uma cultura até então ausente na região. Diversos são os fatores que levaram os agricultores oliveirenses a buscarem a produção desses grãos como alternativa. De acordo com o técnico agrícola e zootecnista Evandro Luiz Lopes Lelis, extensionista agropecuário do escritório da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (EMATER) de Oliveira, não existe levantamento preciso sobre o volume de produção das duas culturas, mas ele estima que no caso do milho houve um aumento de 30% a 50% nos três últimos anos.
Evandro Lelis destaca que Oliveira tradicionalmente sempre teve uma produção de milho para silagem bastante significativa, mas recentemente vem sendo observado um aumento no plantio de milho para grão. Ele diz que alguns fatores contribuíram para essa mudança, entre eles a elevação do preço do produto, o crescimento no volume de exportações e o aumento do óleo diesel, o que encareceu o transporte. Diante desse cenário e visando o mercado aquecido para o produto, muitos agricultores, não apenas de Oliveira, mas de todo o país, decidiram investir na cultura do milho.
Segundo o técnico, hoje ainda é difícil estimar a produção total de milho no município. Ele explica que, por se tratar de uma cultura temporária, a empresa não dispõe de tecnologias mais avançadas para realizar os cálculos, diferente, por exemplo, de culturas perenes, como o café, cuja área plantada e a quantidade de pés pode ser determinada com o auxílio de satélites. Evandro Lelis destaca que as sementes para plantio do milho são comercializadas por diversas empresas de Oliveira e de cidades próximas, o que também impossibilita o levantamento preciso da produção. Apesar disso, com base em um apanhado nas lojas especializadas e em observações de campo, o técnico estima que a área ocupada com a cultura do milho, tanto para grão quanto para silagem, seja de seis a sete mil hectares.
Atualmente existe em Oliveira um ligeiro predomínio na produção de milho para silagem, consequência da importante bacia leiteira existente no município e também da criação de gado de corte, esta atividade não tão expressiva. A tendência, no entanto, é de que em pouco tempo se observe um equilíbrio entre as duas culturas. Ainda de acordo com Evandro Lelis, o plantio de milho para grão vem sendo feito em áreas anteriormente ocupadas por pastagens, o que significa que a cultura não está ocupando o espaço de outras.
Com relação à soja, também tem sido constatado aumentado da produção. A cultura, que até três anos era completamente inexistente na região, hoje ocupa uma área de aproximadamente 600 hectares plantados, conforme informações levantadas pelo extensionista. A quase totalidade dos grãos produzidos em Oliveira é destinada à fabricação de ração utilizada em granjas de avicultura e suinocultura. Por representar um mercado promissor, muitos agricultores que plantavam milho aderiram também ao cultivo da soja.
Por ser uma cultura pouco exigente, os terrenos fracos da região não representam barreira para a produção da soja. Os maiores problemas são em relação ao pequeno número de máquinas para a colheita e o relevo acidentado que inviabiliza a mecanização. De acordo com Evandro Lelis, a falta de maquinário dificulta a colheita mais rápida e o plantio da chamada safrinha, que corresponde ao cultivo realizado logo após a safra normal. O crescimento da produção de soja é uma tendência verificada não só em Oliveira, mas em todo o Brasil, hoje o maior produtor mundial e grande exportador do grão.
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