Durante a reunião da Câmara de Oliveira realizada na segunda-feira (5), alguns vereadores se manifestaram sobre a morte da professora Lilian Luziê Souza Godinho, da Escola Municipal Djalma Pinheiro Chagas, em especial quanto ao fato de colegas e alunos não terem sido liberados para acompanhar o velório e o sepultamento da educadora. Mas segundo a secretária Andrea Pereira da Silva, nenhum professor foi impedido de comparecer ao velório e todos que manifestaram interesse tiveram autorização para prestar a última homenagem à colega.
Na sessão da Câmara, Reinaldo Correa dos Santos (PSD) pediu que fosse respeitado um minuto de silêncio pela morte da professora. O vereador disse ter recebido reclamações de algumas pessoas que não puderam comparecer ao velório e sepultamento e argumentou que em momentos como esse é importante adotar o bom senso. Sirley Clécio da Silveira (PDT) disse ter um grande respeito pela secretária de Educação, que na sua avaliação vem fazendo um bom trabalho, mas acredita que neste episódio houve uma falta de empatia e de comunicação ao não liberar os colegas da escola para prestar as últimas homenagens à professora. O vereador defendeu a criação de uma norma para as escolas do município em casos como este.
Gilmar Sebastião Cândido (PSC) comentou uma declaração dada por Andrea Pereira nas redes sociais, segundo a qual a liberação não foi dada pela existência de leis que estão acima da Secretaria e da prefeita. O parlamentar chegou a propor um voto de repúdio à secretária, rejeitado pelos outros 12 colegas. Robson Lima Souza (PDT) relembrou o tempo em que levava Lilian Luziê em seu caminhão até a escola da comunidade do Jacaré, onde ela começou a lecionar. O vereador questionou qual é a autonomia que a diretora da escola tem para casos como este e o motivo de não ter havido uma decisão de bom senso. Já para Antônio Ananias de Sousa (MDB) a secretária de Educação poderia ter olhado com mais atenção o sofrimento dos familiares, de colegas de trabalho e alunos, dando a eles o direito de acompanharem o velório da professora. Na sua avaliação, a decisão representou uma falta de respeito com todos eles.
Durante a votação do voto de repúdio proposto por Gilmar Cândido, outros vereadores também comentaram o ocorrido. Reinaldo Correa salientou que não sabe o que de fato aconteceu, se a secretária tentou liberar os alunos e professores e foi impedida pela prefeita. Cleyton Murilo da Silva (PDT) disse não conhecer em que contesto a decisão foi tomada, acrescentando ser preciso um olhar mais humano para as próximas vezes em que fatos semelhantes acontecerem.
Ouvida pela GM, Andrea Pereira se disse muito pesarosa pela morte de Lilian Luziê, por gostar dela não apenas como pessoa, mas como excelente professora. A secretária salientou que quando a notícia chegou à Secretaria, os alunos do tempo integral já estavam nas salas de aula, não havendo como avisar os pais e tampouco liberar as crianças. Ela acrescentou que entrou em contato com a diretora da escola, Andreia Cristina, autorizando a saída de todos os profissionais 15 minutos antes do sepultamento. Porém a própria diretora, em acordo com os professores, optou por fazer um rodízio entre eles, para que todos pudessem ficar uma hora no velório. Os últimos acompanharam também o enterro. O mesmo foi feito em relação aos servidores da Secretaria de Educação, para que eles pudessem levar a última homenagem à Lilian Luziê. Ao lembrar que a professora era muito querida e admirada por todos, a secretária disse que ela própria fez questão de comparecer ao velório. Sobre a presença dos alunos na cerimônia, ela observou que não poderia fazê-lo sem a autorização dos pais.
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