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Diocese reage a agressões sofridas por padres e leigos

“Grande desserviço à nossa imatura democracia”, diz comunicado


Foto - Sidney de Almeida

Dom Miguel: “Diferentes opiniões políticas, base das democracias, devem ser motivo para um diálogo construtivo e não para agressões verbais ou físicas.”


O bispo diocesano de Oliveira, dom Miguel Angelo Freitas Ribeiro e o chanceler da diocese, padre Pedro Cícero Carapina, assinaram nota divulgada na terça-feira (25), condenando os episódios recentes de hostilidade política e desrespeito contra a Igreja Católica e seus representantes. Os ataques verificados em outras partes do país também foram observados em Oliveira no domingo (23), quando pessoas que participavam de missa na Igreja de Santa Luzia interromperam a celebração e passaram a agredir o padre Eduardo Henrique Bastos dos Santos, tendo como base sua homilia, que refletiu sobre a parábola do Fariseu e o Publicano, tema do evangelho daquele domingo.


De acordo com a nota, nos últimos dias, com a proximidade das eleições, tem crescido a agressividade, a violência e o desrespeito ao papa Francisco, à Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), às instituições, às pessoas e até ao espaço sagrado, “com grande desserviço à nossa imatura democracia”. Acrescentam o bispo e o chanceler que as diferentes opiniões políticas, base das democracias, devem ser motivo para um diálogo construtivo e não para agressões verbais ou físicas.


Ainda segundo o pronunciamento de dom Miguel e padre Pedro, os fiéis em Cristo têm plena liberdade de opinião nos assuntos seculares, devendo todos manter o respeito às hierarquias e aos irmãos. Quando isso vem a faltar, até as maiores amizades se deterioram, como ensina Santa Teresa de Jesus, e a inimizade e indiferença se instalam no interior das próprias famílias. Sobre isso, diz o papa Francisco: “Todo o tipo de intolerância fundamentalista danifica as relações entre pessoas, grupos e povos. Comprometamo-nos a viver e ensinar o valor do respeito, o amor capaz de aceitar as várias diferenças, a prioridade da dignidade humana”.


Além de fazer uma reflexão sobre os acontecimentos, a nota manifesta solidariedade e a certeza de preces aos sacerdotes e leigos agredidos pessoalmente ou pelos meios de comunicação, que, usados irresponsavelmente, transformam em inimigos aqueles que têm opinião diversa da sua e dividem o país. A nota pede que cada um busque resolver as dificuldades no respeito e amor fraterno e não acredite em qualquer palavra ou postagem que vise manipular as consciências ou agredir os irmãos.


O comunicado destaca, ainda, que a única regra de vida da igreja e da diocese é o Evangelho de Jesus Cristo e a tradição da igreja interpretada pelo magistério, e que todos prestaremos contas ao Justo Juiz, sobre como soubemos viver a misericórdia para com os mais pobres e desvalidos. “Que Nossa Senhora da Conceição Aparecida interceda a seu Divino Filho, para que saibamos ser construtores da paz, que se funda na justiça e na caridade”, finaliza a nota.


A parábola que gerou as agressões

Diz o Evangelho lido nas missas de domingo (23) em todo o mundo:

Naquele tempo, Jesus disse a seguinte parábola para alguns que se consideravam justos e desprezavam os outros: Dois homens subiram ao templo para orar; um era fariseu e o outro publicano. O fariseu, de pé, orava assim: “Meu Deus, dou-Vos graças por não ser como os outros homens, que são ladrões, injustos e adúlteros, nem como este publicano. Jejuo duas vezes por semana e pago o dízimo de todos os meus rendimentos.” O publicano ficou à distância e nem sequer se atrevia a erguer os olhos ao Céu; mas batia no peito e dizia: “Meu Deus, tende compaixão de mim, que sou pecador.” Eu vos digo que este desceu justificado para sua casa e o outro não. Porque todo aquele que se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado.


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