Welligton Palomino e Victor Hugo: valiosas vidas, perdidas em traumáticos desastres.
Dois motociclistas morreram essa semana nas ruas de Oliveira, em decorrência de acidentes de trânsito. O primeiro episódio ocorreu na noite de segunda-feira (01) e o segundo cerca de 24 horas depois, na noite de terça-feira (02), ambos envolvendo condutores do sexo masculino. Em um deles a vítima desenvolvia velocidade próxima a 140 quilômetros por hora, de acordo com análise da perícia técnica. O aumento incontrolável de motocicletas no tráfego urbano, aliado a altas velocidades, transgressões de regras de direção, leis e sinalizações de trânsito e fiscalização deficiente são apontados como fatores agravantes.
O primeiro desastre vitimou o marceneiro Welligton Palomino, de 43 anos. Ele descia a Rua Zeca Bertolino, no Bairro João Paulo II, e ao entrar na Avenida Benjamim Guimarães foi atingido por uma Kombi, cujo condutor efetuou uma conversão à esquerda em direção ao bairro, sem parar na esquina. Com o impacto, Wellington foi arremessado com violência contra a calçada. Na queda sofreu ferimentos no pescoço e na cabeça. Ele foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), encaminhado ao Pronto Atendimento Municipal (PAM), mas não resistiu aos ferimentos e faleceu.
No mesmo local, em dezembro de 2023, um jovem motociclista também morreu ao descer a Rua Zeca Bertolino e atingir um ônibus, ao atravessar a Avenida Benjamim Guimarães, também sem parar na esquina.
No segundo acidente, na noite de terça-feira (02), o jovem Victor Hugo de Almeida Cardoso, de 25 anos, morreu ao cair com sua motocicleta na Avenida Maracanã, em frente à Escola Estadual Doutor José Maria Lobato (Polivalente).
De acordo com testemunhas, o motociclista, provavelmente para evitar passar por cima de um quebra-molas, teria tentado trafegar pelo canto da pista, pela canaleta de escoamento de água de chuvas. Recentemente a Prefeitura tapou, com cimento, as canaletas ao lado de diversos quebra-molas, instalando canos para a passagem da água. A motocicleta teria atingido o cano, fazendo com que o motociclista perdesse o controle do veículo, que subiu na calçada e tombou, lançando o condutor a cerca de 15 metros. Ele sofreu ferimentos graves e morreu no local. O óbito foi confirmado pela equipe de resgate do SAMU.
O diretor do Departamento de Trânsito de Oliveira (OLITRANS), Roberto Trimolet, informou que a perícia técnica analisou a dinâmica do acidente e concluiu que a motocicleta trafegava em velocidade incompatível com a via, cerca de 140 quilômetros por hora.
Em Oliveira é cada vez maior o número de infrações de trânsito ligadas à condução de motocicletas. Entre as mais observadas estão: velocidade incompatível com a via; ultrapassagem pela direita; desobediência à sinalização de trânsito, incluindo semáforos; e a ausência da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Em relação à velocidade, os maiores problemas ocorrem com entregadores de comida, bebida, medicamentos e outras mercadorias. Não existem ou não são informadas estatísticas de blitz e demais formas de fiscalização. Também não há informações a respeito da entrada em operação do serviço de agentes de trânsito, uma prerrogativa dos municípios que possuem o sistema de trânsito municipalizado, como é o caso de Oliveira.
Sobre o assunto leia o editorial “Previsíveis desastres”, na página 2 desta edição.
Comments