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Editorial: Bloqueio urbano


Sem espaços para estacionar, carretas e caminhões viram estorvo e perigo para a cidade.



Um velho, volumoso e persistente problema de trânsito continua entupindo algumas das principais vias públicas de Oliveira nos finais de semana. E de tão velho e contumaz, já faz parte da “normalidade” paisagística da cidade. Apesar de seu horrível aspecto e de representar um estorvo inarredável para motoristas e principalmente pedestres, o estacionamento de carretas e caminhões ao longo de logradouros como Avenida Maracanã e Miguel Resende é algo que depõe contra a cidade e seus administradores.


O uso do espaço público é, constitucionalmente, controlado pelo Poder Executivo, no caso de Oliveira pela Prefeitura, a quem cabe desenvolver projetos e ações para melhorar o perímetro urbano em todos os seus aspetos, sendo o trânsito um dos principais. Quando mal regido, as consequências são desastrosas para a população. Neste caso específico, chega a ser absurdo o longo período da ocorrência e os perigos que gera especialmente para pedestres, que têm seus já estreitos espaços tomados pelas jamantas. Neste âmbito, atravessar a via é um risco real, já que os imensos veículos, com suas altas e longas carrocerias, quase sempre carregadas e cobertas por lona, restringem a visão do fluxo, exigindo redobrada atenção e rapidez de movimentos, aumentando os riscos, mais ainda para idosos e portadores de deficiências físicas.


Ao lado disso, o problema estético é também impactante. A longa fila serpenteia como uma procissão paquidérmica e inerte, um engarrafamento que nunca se resolve. Para uma cidade que possui, inclusive, uma Diretoria de Turismo, com bons motivos para promover o incremento do setor, soa como desleixo. De nada adianta urbanizar, limpar, ajardinar, plantar árvores ao longo de avenidas, se em mais de uma delas e exatamente nos finais de semana, quando o número de visitantes tende a aumentar, tudo está encoberto e os espaços ocupados.


Importante apontar, também, as responsabilidades do Departamento de Trânsito, responsável por oferecer soluções técnicas e eficazes, no sentido de diminuir os problemas decorrentes do aumento constante do número de veículos em uso. Um exemplo inapelável é a Avenida Maracanã, construída há mais de meio século com pistas estreitas e que hoje ainda cumpre o papel de principal via de escoamento do centro da cidade. Nela também está situada grande parte do comércio, que se expande progressivamente, atraindo cada vez mais consumidores, com consequente aumento do tráfego.


Uma possível solução para esse grave problema urbano de Oliveira vem se arrastando também há anos. Trata-se da cessão de área a entidade que congrega os caminhoneiros, exatamente para servir como estacionamento de carretas e caminhões. O projeto é correto e louvável, já que agrega, também, a possibilidade de oferecer serviços de mecânica e logística, facilitando a vida dos profissionais, humanizando suas já pesadas rotinas. Entretanto, sua efetivação se mostra lenta e de incerta dinâmica, dependendo de recursos, vontades e gestões. Por em prática esse plano, trabalhar efetivamente para que vire realidade com a requerida urgência, é o único meio de, quem sabe nos próximos dois anos, resolver de vez essa gravíssima pendência estrutural do município.


Enquanto isso não ocorre, o circuito urbano de Oliveira vai sofrendo cada vez mais com a presença indesejável das filas estáticas e estapafúrdias de carretas e bitrens, numa incompreensível demonstração de leniência. Até quando?

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