Por que é tão importante o uso dos procedimentos de castração de cães ora disponibilizados em Oliveira.
O amparo aos animais, especialmente da raça canina, foi, com certeza, uma das ações sociais de melhores resultados alcançados no município de Oliveira nos últimos 10 anos, período em que realmente amadureceram as instituições criadas para esse fim. Seguindo uma tendência mundial, mas que nem sempre tem tido guarida em centenas de municípios brasileiros, poderes locais e forças da sociedade civil se uniram, de maneira inédita, em favor da causa. O resultado salta aos olhos.
Essa semana a Organização Não Governamental “Focinho Carente” anunciou a disponibilização de 720 castrações, a serem oferecidas gratuitamente a tutores desses animais, que ainda não tiveram a chance de esterilizar seus “pets”. Observe-se que a castração não apenas evita a superpopulação, e com ela todos os problemas gerados com animais soltos pelas ruas, mas ainda contribui para a manutenção da saúde dos bichos, que ficarão mais longevos, serenos, longe de dores, fome e outros sofrimentos.
De fato, não há mais como admitir uma sociedade que abandona seus animais domésticos à própria sorte, sem dar-lhes nenhum tipo de atenção, em contrapartida a toda fidelidade e aconchego recebidos desses, que muito pouco exigem, além de carinho e cuidados básicos.
É preciso entender, entretanto, que animais domésticos continuam como animais, mesmo com toda a evolução dessas raças para se aproximar cada vez mais dos seres humanos. Tratá-los como gente ou como válvula de escape para problemas de socialização, com certeza fará muito mal aos humanos e mais ainda aos cães, pois ambos violam suas próprias naturezas, num verdadeiro atentado à criação.
Neste âmbito, não se viu, em tempo algum, tantos exageros no relacionamento entre humanos e cachorros, chegando ao ponto de se tentar, diuturnamente, personificar os bichos, tratando-os não como seres de estimação, mas como verdadeiros “membros da família”. Assim é que, tal aberração existencial, tem provocado uma verdadeira explosão na indústria e comércio de alimentos e demais produtos caninos, transformando o setor em rentável veio econômico. Há de tudo nos grandes petshops, de roupas a brinquedos sofisticados, de casas a confortáveis camas, num absurdo processo de inversão, aprofundando a tese de que é melhor ter a companhia de um animal, do que de uma pessoa.
Mantendo as devidas proporções e chamando a atenção para os males provocados pelos excessos, os animais domésticos, bem como todos os outros que habitam seus sistemas naturais, sempre mereceram leis, atitudes e comportamentos que os possam proteger da violência e da implacável perseguição da raça humana, cujas consequências já levaram milhares de espécies à extinção. São esses os objetivos concretos das sociedades protetoras dos animais e especialmente das instituições não governamentais, normalmente conduzidas por trabalho voluntário, verdadeiro gesto de amor.
Recente pesquisa científica provou que, antes dos cães, existiam apenas grandes matilhas de lobos vorazes, que atemorizavam e atacavam tribos. Não podiam, entretanto, rivalizar com a inteligência humana, que revidava aos ataques com armas mortais, provocando cada vez mais mortes de lobos. Tudo mudou quando, num momento da evolução, determinada espécie de lobo entendeu que, ao contrário de atacar, melhor seria se aproximar dos humanos, que, ao invés de matá-los, poderiam lhes oferecer segurança, conforto e, principalmente, comida, em troca de alegria e, sobretudo, lealdade. Assim nasceram os cães domésticos e sua “inteligente” fidelidade aos seus donos.
É com esta dimensão que a sociedade oliveirense deveria receber a notícia sobre esses 720 procedimentos de castração ora disponibilizados pelo poder público, utilizando-os de forma rápida e eficaz, em favor do aprimoramento dessa relação, que respeitados os devidos limites, é altamente benéfica ao bem estar de adultos e crianças, e ainda mais a esses seres que, de forma fenomenal, evoluíram de feras bravias ao patamar de “melhores amigos do homem”.
Não há como não protegê-los.
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