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Editorial: Habilitar para desenvolver



A formação de mão de obra qualificada será o grande produto a ser oferecido pelo IF de Oliveira.


Cobre-se das melhores expectativas o anúncio da reinstalação do Instituto Federal (IF) em Oliveira. Trata-se de uma instituição de ensino médio profissionalizante, de altíssimo interesse não apenas para Oliveira, mas para toda a região, que sofre uma grande carência de mão de obra qualificada. Hoje existe uma multidão de jovens que não consegue se encaixar no mercado de trabalho, exatamente por não possuir nenhum tipo de habilitação técnica. Peregrina-se de empresa a empresa, de currículo a currículo, sem conseguir contratação, embora existam as vagas.


Não se trata de um fenômeno localizado. Em todo o Brasil essa falha é cada vez mais sentida e se reflete na qualidade e volume de produção. O problema é também político, pois em nenhum momento das últimas décadas o governo federal priorizou o ensino técnico, preferindo “pular” essa fase e passar direto à abertura de vagas em escolas de nível superior. Hoje temos milhares de profissionais formados em terceiro grau que acabam se acomodando em empregos de nível médio, ocupando vagas que não deveriam ser suas e esvaziando sua área específica de atuação. O resultado de tudo isto é um verdadeiro deserto no setor profissional.


Os empreendimentos modernos possuem rigorosos sistemas de seleção de pessoal. Ficou no passado o tempo em que a regra era formar mão de obra dentro da própria empresa, modelo cada vez menos adotado e que tende a se extinguir. Admitir profissionais com boa formação técnica é o primeiro e mais importante fator, quando se pensa na otimização dos processos produtivos. O que as empresas fazem é apenas moldar o trabalhador habilitado ao ritmo e controle de qualidade de seus produtos, deixando de perder tempo com longos processos de aprendizado.


Este é um caminho em volta, pois o crescimento e diversificação da concorrência, aliados às exigências dos consumidores, levam as empresas a se lançarem num permanente trabalho de aprimoramento, focando a qualidade como grande diferencial, fator responsável pelo sucesso ou não do negócio. E isso só é conseguido se, ao lado de equipamentos de ponta, os recursos humanos que os operam alcançarem o patamar de excelência.


Os institutos federais de ensino técnico são, portanto, a chave-mestra para a promoção no mercado de trabalho. Uma cidade dotada de um IF com certeza entrará na mira de novos empreendimentos, de forma bem específica no setor industrial. Instalar-se onde já existem cursos de qualificação profissional é sinônimo de gastos menores, vendas e faturamento maiores. Em síntese: paraíso dos empreendedores.


No caso de Oliveira, o processo de reinstalação do IF ainda terá um longo caminho pela frente, mas o projeto está fincado em bases muito sólidas e argumentos plausíveis, até mesmo pela cultura acumulada da primeira tentativa de implantação no Parque Ecológico do Diamante, e que, por questões conjunturais, acabou impedido de avançar. Hoje parece claro que, se a iniciativa tivesse prosperado naquele momento da história, o município estaria em melhores condições econômicas, além, claro, de ostentar uma grata evolução no setor técnico-educacional, tornando-se polo regional e atraindo alunos das mais diversas regiões do Estado, com fortalecimento do comércio, saúde e setor imobiliário.


Por todo este grande leque de embasamentos e possibilidades, o anúncio da reinstalação do IF em Oliveira é uma grata notícia para a população e muito especialmente para centenas de jovens na busca pelo primeiro emprego, que contarão com uma porta aberta, uma ponte sólida, uma luz real e clara nessa difícil e concorrida disputa. Ora, se apenas o trabalho gera riqueza e se ela é diretamente proporcional à qualidade, não há dúvidas da pertinência e acerto do projeto do Poder Executivo de Oliveira e dos esforços do jovem deputado Lucas Lasmar em transformá-lo em realidade.


Que assim seja.

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