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Editorial: Poder feminino


No mês das mulheres, o balanço é cada vez mais positivo para elas.

Com os instrumentos infalíveis da perseverança e da resiliência, acoplados a doses colossais de habilitação e trabalho, o sexo feminino não só rivaliza, como já ultrapassa, em muitos setores, o domínio estrutural dos homens. Já ruíram, sem sombra de dúvida, os muros e os estigmas que situavam a mulher em patamar inferior na obra da criação. A silhueta submissa e cabisbaixa deu lugar à imponência, ao brilho, à competência e altivez.


Em Oliveira a promoção do sexo feminino tem sido vista em todos os campos de atividade e, de forma ainda mais consolidada, nos poderes constituídos. No Judiciário elas estão representadas em todos os níveis, o Executivo é comandado por uma mulher, que designou outras ao segundo escalão e conta, ainda, com dezenas de servidoras concursadas de alto gabarito técnico. No Legislativo, Poder de ferrenho domínio masculino, elas também já despontam solenes, furando bloqueios, impondo-se por seus próprios dotes.


Mas a escalada feminina tem-se dado de forma mais rápida e contundente no setor produtivo e empresarial. É no empreendedorismo que sua força se mostra com mais vigor e excelentes perspectivas, sendo alçadas aos cargos executivos e de gestão, num processo de mudança nunca antes visto na história desta cidade, que até meados da década de 1980 mostrava-se com duras e irredutíveis feições machistas, tempos em que a mulher se via na obrigação de se contentar com o trabalho doméstico, quando não tratadas como autênticos bibelôs, objetos confinados para sempre em seus quadrados de alcova.


Tamanha revolução, entretanto, é fruto de muita luta, intensas dores, gigantescos desafios. Cada passo à frente arrasta consigo toneladas de discriminação, doses cavalares de misoginia, atos de violência em série, assédios, abusos, estupros, feminicídios. Quanto mais avança a emancipação das mulheres, mais se avolumam as reações criminosas contra elas, fruto dos recalques aos quais parte dos homens se apega como última tentativa de reaver o domínio absoluto e unilateral.


Dentre as muitas profissões tradicionalmente masculinas, a carreira militar é um dos exemplos mais pedagógicos do empoderamento das mulheres. Ao ingressarem em número cada vez maior nos quadros da Polícia Militar, elas provam deter sabedoria, habilitação, humanismo e principalmente tato na manutenção da paz social, no oferecimento de um ambiente social seguro e saudável. E vão além, ao amenizarem a dureza desse setor profissional, a aspereza de um trabalho marcado pelo contato diuturno com a violência urbana, agressões, homicídios, prisões, acidentes, infortúnios e transgressões de toda ordem.


É diante dessa esplêndida demonstração de inteligência, uso da razão e capacidade de trabalho proativo, tudo permeado pela leveza, pelo amor, pela fé, sensibilidade e percepção humana, características intrínsecas do sexo feminino, que esta GAZETA DE MINAS oferece aos seus leitores, nesta edição, uma entrevista especial com a policial militar Luciene Clevaine Silva Marques, mais conhecida como sargento Clevaine.


É por meio de sua exemplar trajetória profissional, que conseguiu vencer barreiras e renitentes idiossincrasias, em favor de uma sociedade mais fraterna, pacífica e ordeira, que homenageamos as trabalhadoras de Oliveira e o valoroso serviço que prestam ao desenvolvimento deste município. Fica cada vez mais clara a imprescindibilidade da mulher nos novos rumos e desafios da humanidade. São elas a grande esperança de um planeta mais sustentável, feliz e pleno de luz.

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