De vocação agropecuária, o município de Oliveira tem provado sua força de produção.
Embora não seja novidade, ensejam otimismo as safras oliveirenses de café, milho e agora com a inclusão da soja e do tomate em menor escala. Fundamental constatar que ao longo da história desta cidade, e de forma ainda mais saliente nos períodos de crises agudas, jamais o campo deixou de ser sua principal fonte de riquezas. Colabora para isto uma localização geográfica privilegiada, um excelente regime de chuvas, solo de boa fertilidade e um relevo que, embora não sendo o mais propício para lavouras mecanizadas, apresenta barreiras naturais contra a geada, maior inimiga do café, sua principal commoditie.
Ao lado do nítido desenvolvimento agrícola, a pecuária local tem avançado também de forma bastante rápida, graças à introdução de novas raças, às técnicas de melhoramento genético e a abertura do mercado internacional para a carne bovina brasileira. Produzindo mais em áreas menores, o município dribla as dificuldades de seu relevo, com fazendas situadas entre montanhas onde, mesmo íngremes, vicejam pastos substanciosos.
O problema maior, entretanto, para não fugir à regra, vem da ainda presente incapacidade do poder público de suprir sua extensa malha viária rural, das condições ideais de tráfego e escoamento da produção. Agora, por exemplo, estamos a adentrar o mês de junho e grande parte das estradas vicinais se encontra em precárias condições, visto a enorme quantidade de chuvas que assolou Minas Gerais no verão passado. Rios, córregos e enxurradas provocaram grandes estragos, algo que não se via há décadas. Frente ao grave problema de deterioração das vias, é moroso e pouco eficaz o processo de reconstrução.
Grife-se que o problema ocorre não por falta de recursos, pois além do caixa bem suprido, a Prefeitura de Oliveira dispõe de vários outros mecanismos para conseguir estruturar e aparelhar o setor, entre eles as emendas parlamentares e os financiamentos especiais, capazes de possibilitar a aquisição de máquinas motoniveladoras, retro-escavadeiras, rolos compressores e caminhões. Embora esporádicas, verbas substanciosas como os repasses do governo estadual oriundos do passivo ambiental da Vale reforçam essas possibilidades, tirando da administração municipal qualquer argumento que pendure a conta na escassez de recursos.
Força econômica historicamente maior de Oliveira, a agropecuária vem crescendo de maneira que, se não surpreende, supera em muitos níveis as projeções que se fazia para o setor há pouco mais de cinco anos. Na verdade não se trata, aqui, de grandes produções em escala, como ocorre no Centro-Oeste do Brasil, onde a topografia colabora, e muito, para a completa mecanização, multiplicando a produção e os lucros. Mas a constância das safras, o vigor, variedade e qualidade dos produtos, fatores engrossados pela multiplicação do rebanho bovino, redundam em balanço sempre positivo. Sob este aspecto, vê-se agora o rápido aumento da tomaticultura, com grandes hortas se espalhando pelas propriedades rurais, trazendo novas e concretas possibilidades de lucros para micro e pequenos produtores.
Inegável que esta realidade benfazeja contribui substancialmente para a segurança econômica do município, municiando-o com recursos financeiros e empregatícios, mesmo em tempos de vacas magras, como se mostraram os dois anos de pandemia global, dos quais somente agora o mundo começa a emergir.
Forte, perene, rica e autossustentável, a agropecuária oliveirense se diversifica e amplia suas fronteiras. É imprescindível, porém, que os poderes constituídos trilhem o mesmo caminho, tratando-a com a atenção e os serviços que a possam garantir.
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