Oliveira inicia campanha eleitoral com cinco candidatos ao Legislativo.
Eles merecem seu voto?
Já nas ruas há duas semanas, a campanha eleitoral de 2022 tem contornos especiais em Oliveira, município com pouco mais de quarenta mil habitantes, mas que apresenta nada menos do que cinco candidatos, nele domiciliados, aos cargos de deputado estadual e federal. Herança ancestral? O fato é que historicamente esta cidade sempre se destacou no setor político, tendo oferecido ao estado e país, ao longo de mais de um século, dezenas de personagens que projetaram a sociedade local, que tomou, por isso mesmo, contornos marcantes e bem específicos, comparativamente a outras de portes bem maiores e opulentas.
Chamados de “vultos históricos”, não são raros os nomes de oliveirenses que cumpriram mandatos na Assembleia de Minas, na Câmara dos Deputados e Senado Federal. Outros participaram ativamente de governos centrais, sendo alçados a cargos de ministros, secretários e diretores. É certo que esta vocação para a vida pública está contida no DNA de Oliveira e faz a diferença nos momentos de renovação histórica, como parece estarmos presenciando agora.
As eleições do próximo dia 02 de outubro terão, portanto, contornos bem delineados em Oliveira, dando aos seus 33.473 eleitores aptos a votar, a oportunidade de ajudar a eleger candidatos conterrâneos, pois há evidentes alternativas de escolhas. Para tanto, porém, será necessária uma análise menos passional, bem menos bairrista e literalmente sóbria. Não será apenas porque o aspirante ao cargo é daqui, que dará ao eleitor local a obrigação de sufragá-lo.
Neste âmbito, o candidato é apenas mais um na longa e diversa lista disponibilizada pelo Tribunal Regional Eleitoral.
Na análise dos candidatos oliveirenses é preciso colocar na balança a envergadura política de cada um deles, sua experiência prática na vida pública, o volume dos serviços já prestados à comunidade, o partido ao qual se encontra filiado, suas ligações com os atuais governantes e parlamentares e, principalmente, suas propostas para o cumprimento de um possível mandato.
Também precisa ser levada em conta, nos conturbados tempos atuais, a linha ideológica que defende. Se é um verdadeiro democrata, se não se alia a projetos autoritários e golpistas, se respeita as diferenças e a diversidade racial, religiosa, étnica e cultural que formam a nação brasileira.
O mandato eletivo, em qualquer nível, precisa conter um componente crucial: o respeito ao eleitor. E para que isto se faça, o principal ingrediente é a apresentação e defesa da verdade.
Sabe-se, na atualidade, os perversos efeitos da mentira nas campanhas eleitorais e na rotina dos governos. Mais ainda, fica claro que uma mentira contada várias vezes se transforma em pseudo-verdade a balizar os atos e ações da sociedade, que perde os liames com a realidade e a consciência crítica, passando a agir como manada amorfa, massa de manobra nas mãos de aproveitadores.
Está nas ruas, nas casas, nos bares, nas esquinas e praças de Oliveira mais uma campanha eleitoral. E não é à toa que esta GAZETA DE MINAS está oferecendo aos seus assinantes e demais leitores, entrevistas especiais com cada um dos candidatos domiciliados neste município. Trata-se de jornalismo isento e, sobretudo, responsável e isonômico, dando a todos eles, gratuitamente, o mesmo espaço para se mostrarem aos seus conterrâneos. A GM cumpre, assim, sua missão histórica de ser o principal veículo de comunicação da sociedade oliveirense, contribuindo para que o eleitor tenha um potente e confiável canal de informação sobre os candidatos de sua terra natal.
Cabe aos mais de trinta mil eleitores desta cidade atentar para as propostas de cada um deles, suas ligações políticas pretéritas e presentes, seu histórico de vida pública e privada, suas metas, projetos e planos enquanto representantes diretos da população e a bagagem acumulada em seus tantos anos de convivência social. Cabe também segui-los de perto até no dia do pleito, tempo precioso que terão para justificarem suas candidaturas.
Porque não adianta honrar nossa vocação política, se ela nada mais é que um semovente a caminho do brejo.
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