top of page
Foto do escritorLeonardo José da Rocha

Filho mata o pai e enterra o corpo


Crime em família deixa Oliveira consternada

Nivaldo foi morto após luta corporal com o próprio filho.


O operador de retroescavadeira Nivaldo Edson Mendonça, de 61 anos, teve seu corpo encontrado pela Polícia Militar (PM) na manhã de domingo (26/11), enterrado em uma cova de aproximadamente dois metros de profundidade, em um terreno na Avenida Euclides Ribeiro, Bairro Acácio Ribeiro III. Ele estava desaparecido desde sexta-feira (23/11), quando teria saído de casa em uma motocicleta, encontrada no sábado (25/11), em um buraco próximo a uma estrada no Bairro Retiro das Pedras, que dá acesso à Ponte de Ferro, zona rural de Oliveira. Na manhã de segunda-feira (27/11) o filho, Lucas Mendonça, de 27 anos, se entregou à Polícia Civil e confessou ser o autor do crime.


Segundo o delegado da Polícia Civil, Flávio da Silva Braga, em depoimento preliminar Lucas disse que o pai com frequência agredia sua mãe, o que lhe causava revolta. No dia do crime ele discutiu com Nivaldo e os dois entraram em luta corporal, que resultou na morte da vítima, atingida com uma facada no pescoço. Após cometer o crime, Lucas pegou a retroescavadeira de Nivaldo, cavou a cova, transportou o corpo em uma caminhonete e o enterrou.


A vítima foi encontrada após a PM receber denúncias anônimas de que havia no local um trecho de terra remexida e que poderia haver um corpo enterrado na área. Uma equipe constituída pelas Polícias Militar e Civil, Corpo de Bombeiros e perícia foi ao local e com o auxílio de uma retroescavadeira do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) conseguiu encontrar o corpo, que apresentava um corte no pescoço. A vítima foi encaminhada ao Instituto Médico Legal de Campo Belo e após a necropsia foi entregue à funerária para o sepultamento, que ocorreu na manhã de segunda-feira.


"As investigações tiveram início com o desaparecimento da vítima e só depois começaram aparecer indícios de que pudesse ser um homicídio, fato que foi confirmado diante da confissão do filho sobre o crime", informou o delegado. Flávio Braga solicitou a prisão preventiva de Lucas, que foi encaminhado ao Presídio Doutor Nelson Pires, na tarde de segunda-feira. Disse ainda o delegado que as investigações sobre o homicídio terão prosseguimento, com a finalidade de comprovar se Lucas é o autor do crime e se houve ou não a participação de outras pessoas.


Os advogados Geraldo Lucas e Marcos Oliveira, que defendem Lucas, disseram que não houve nenhuma premeditação do crime, que aconteceu na residência da família na sexta-feira. Segundo Marcos Oliveira, não houve participação da mãe, que preocupada em ver o filho preso, permaneceu em silêncio para preservar a família, principalmente uma filha que está prestes a se tornar mãe. Geraldo Lucas relatou que a mãe de Lucas sofria violência doméstica há quase três décadas, o que deixava Lucas angustiado, e que ao pedir o divórcio a Nivaldo, foi novamente agredida. Ao defender a mãe, Lucas também teria sido agredido. Houve uma luta entre pai e filho que terminou com a morte de Nivaldo.


Para Geraldo Lucas, não há razões para que seu cliente seja mantido preso preventivamente. Segundo ele, existem requisitos na lei processual penal para que uma pessoa seja presa e que Lucas não se enquadra em nenhum deles. “Não há motivo para mantê-lo preso. Ele não representa risco para a sociedade, é trabalhador, primário, religioso e nunca se envolveu em problemas”, argumentou.

0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page