O Governo de Minas assinou protocolo de intenções com a Petrocity Ferrovias para que o grupo invista R$ 16,8 bilhões no estado, voltados à construção de três ferrovias que passam por Minas, em um total de 2.068 quilômetros de extensão. Os trechos vão ligar Goiás e o Distrito Federal ao porto da empresa, que será construído na cidade de São Mateus (ES). O complexo ferroviário deverá se tornar um dos mais importantes ramais logísticos do país para importação e exportação de produtos. O projeto deverá gerar 2 mil empregos diretos e impactar outros milhares indiretamente.
Ao todo serão três trechos percorrendo 62 cidades, 40 delas em Minas Gerais. O principal ramal será a Estrada de Ferro Juscelino Kubitschek (EFJK), que vai ligar Brasília a São Mateus, com 1.310 quilômetros de extensão. Esse trecho irá permitir o transporte por regiões não atendidas atualmente pelo modal ferroviário e que possuem baixos indicadores de desenvolvimento, como as regiões dos vales do Jequitinhonha, do Mucuri e do Rio Doce.
O projeto possibilitará o escoamento da produção de blocos de rochas ornamentais produzidas nessa região, atualmente feito por carretas, o que diminuirá os custos de transporte além de desafogar as estradas da locais. Vale também destacar a proximidade com a região com depósitos de lítio no entorno de Araçuaí, o vale do lítio brasileiro.
O secretário de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio, ressalta como o anúncio da assinatura, em agosto, é significativo para Minas Gerais, tendo em vista que “além da exponencial expansão ferroviária, o que amplia o escoamento das nossas riquezas diversas, esse investimento em três novas ferrovias possibilita, ainda mais, a atração de novos investimentos para o estado, além da criação de novas oportunidades de trabalho para os mineiros. É isso que o Governo de Minas vem buscando”.
Os outros dois trechos serão a Estrada de Ferro Vitória Minas (EFMES), de Barra de São Francisco (ES) a Ipatinga (MG), com 243 quilômetros de extensão; e a Estrada de Ferro Planalto Central (EFPC), de Unaí (MG) a Mara Rosa (GO), com 422 quilômetros de extensão.
“Essa ferrovia fará a ligação mais rápida, segura e barata de grandes e importantes regiões produtoras, como o Noroeste, Norte e Nordeste de Minas e o Rio Doce, com um terminal portuário, para exportações e importações de produtos”, afirma o gerente de Atração de Investimentos da Invest Minas, Henrique Tavares Maior Soares
As ferrovias serão de bitola mista e irão operar cargas agrícolas, minerais, líquidas, carga geral e contêineres. O complexo contará com dez Unidades de Transbordo e Armazenamento de Cargas (UTAC’s), seis delas serão em Minas Gerais.
“Essas unidades serão responsáveis por fazer a interligação com o modal rodoviário, que é tradicionalmente o mais usado no nosso país. Caminhões e carretas serão responsáveis por fazer apenas o trecho mais curto das entregas - entre o produtor e o terminal ou entre o terminal e o destino final -, reduzindo a necessidade de viagens longas, cansativas para os motoristas e que também desgastam as nossas rodovias e deixam o trânsito mais intenso. Outro fruto esperado é a diminuição de custos para o consumidor final”, conclui Tavares.
(Com informações da Agência Minas)
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