Mais de 30 acidentes envolvendo motos, com vítimas, sejam fatais ou feridas, são registrados por dia em Minas Gerais, muitos em estado grave e, não raro, com sequelas para o resto da vida. O alerta para os riscos dessas ocorrências volta a ganhar força com o Maio Amarelo, mês de conscientização sobre segurança viária.
Dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) mostram que de 2015 a 2023 foram registradas 91.722 hospitalizações de pessoas que usam a moto para o transporte, trabalho ou lazer. Ao todo, 7.304 motociclistas mineiros morreram nos últimos oito anos.
De acordo com a coordenadora de Vigilância de Doenças e Agravos não Transmissíveis da SES-MG, Sandra de Souza, o maior registro de óbitos nessa população de adultos-jovens pode ser atribuído, muitas vezes, ao fato de os condutores não estarem totalmente capacitados para conduzir o veículo sem riscos.
O relatório apresentado pela SES mostra que desde a pandemia da Covid-19, em 2020, houve aumento da circulação de motocicletas e bicicletas no Estado, principalmente para suprir a necessidade dos serviços de entrega. Em 2023, as motos foram os veículos mais procurados para financiamento em Minas. Com isso, também aumentaram os acidentes.
Diretor científico da Associação Mineira de Medicina do Tráfego (Ammetra), Alysson Coimbra reforça que o serviço de delivery se consolidou e requer atenção especial, assim como o de transporte por mototáxi. O médico afirma que a ação mais urgente para tentar barrar o número de acidentes é rever a formação dos novos pilotos. Hoje, os motociclistas são treinados em circuitos fechados, totalmente diferente do que vão encontrar nas ruas.
Para ele, enquanto os problemas persistirem, os números vão continuar subindo. Para o Estado, as lesões e óbitos no trânsito podem ser evitados com a adoção de medidas de segurança de maneira integral, que demandam o envolvimento de vários setores, como transporte, segurança pública, saúde e educação. Neste link é possível saber mais informações sobre a campanha Maio Amarelo.
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