Faleceu nessa quinta-feira, 29 de dezembro de 2022, aos 82 anos, o ex-jogador de futebol Edson Arantes do Nascimento, mundialmente conhecido como “Pelé”. Ele estava internado no hospital Albert Einstein, em São Paulo, tratando-se de um câncer no cólon que evoluiu para metástase. Sua morte veio em decorrência de falência múltipla dos órgãos. Maior artilheiro da história da seleção brasileira, com 95 gols, Pelé é considerado o maior jogador da história do futebol, tendo conquistado três Copas do Mundo.
Pelé era mineiro, nascido em Três Corações no dia 23 de outubro de 1940. Mas logo na infância mudou-se para Bauru (SP), onde morou até na adolescência quando, já jogador juvenil, transferiu-se para Santos (SP), onde transformaria o Santos Futebol Clube, onde atuou por vinte anos, no maior clube do planeta, vencendo a Libertadores e o campeonato Mundial Interclubes.
Pelé ganhou três vezes a Copa do Mundo com a seleção brasileira, a primeira delas com apenas 17 anos. Marcou dois gols na final de 1958 contra a Suécia. Em 1970, na Copa do México, envergando a camisa 10 daquela que é considerada até hoje uma das maiores equipes da história dos esportes coletivos, foi consagrado como maior jogador de todos os tempos, deixando o gramado nos ombros de torcedores mexicanos. Ao longo da carreira, fez mais de 1200 gols e foi eleito o "Atleta do Século" em 1980, pelo jornal francês L’Équipe.
Pelé possuía um cérebro totalmente voltado para a busca da perfeição no futebol. Ele chutava magnificamente com ambos os pés e, ainda mais difícil, cabeceava de olhos abertos, conseguindo, assim, praticamente superar os limites humanos numa partida. Contam os analistas, entretanto, que nunca foi bonzinho. Se sofria um pontapé maldoso de algum zagueiro, revidava na mesma moeda. Foi assim que quebrou a perna do lendário Procópio, na época jogador do Cruzeiro de Belo Horizonte.
Mas em campo, o que sobressaia era mesmo sua genialidade. Foi ele que fez um dos gols mais importantes da Seleção, o único das quartas de final contra o País de Gales, na Copa do Mundo de 1958. No mesmo torneio ele faria três dos cinco contra a França na semifinal e dois dos cinco contra a Suécia, na final.
Há enormes curiosidades e fatos marcantes em sua carreira, que certamente renderão incontáveis publicações após a sua morte. Um exemplo marcante foi o craque ter atingido o nível de 500 gols marcados. Com apenas 22 anos e seis de profissionalismo. O milésimo aconteceu de pênalti, no Maracanã, aos 29 anos, sob os olhares atônitos de todo o mundo esportivo. Era espirituoso e gostava de fazer frases de efeito. Sobre o milésimo gol, disse ele: “Tinha de ser de pênalti, para o mundo todo parar para ver”.
Pelé foi artilheiro 11 vezes no Campeonato Paulista. E fazia gol de todos os jeitos: de pé direito, esquerdo, de cabeça, de peito, de barriga, de carrinho, de peixinho, de bicicleta, de falta, de pênalti, de perto, de longe, de muito longe. Mas ainda bem que não atingiu a perfeição, não conseguindo marcar aquele gol do meio do campo, na primeira partida da Copa de 1970, contra a Tchecoslováquia.
Os números e os lances vividos por Pelé não deixam dúvidas de que foi o maior jogador de futebol de todos os tempos e dificilmente será suplantado por outro atleta. Em sua carreira ele ganhou cerca de 60 títulos entre conquistas pela seleção brasileira, Santos e Cosmos, além de ter feito mais de mil gols. Até mesmo o poeta Carlos Drummond de Andrade, também mineiro, se encantava com a genialidade do Rei. Foi Drummond que escreveu: “Difícil não é fazer mil gols como Pelé; difícil é fazer um gol como Pelé”.
E há fatos pitorescos, dos quais muita gente não sabe. Na Copa de 1970, por exemplo, Pelé chorou de nervoso, escondido, antes de disputar a final de 1970, no México, contra a Itália, quando fez o primeiro gol da vitória por 4 a 1.
Ao todo, Pelé fez 1.364 partidas e 1.282 gols. Não é paixão ou xenofobia de brasileiro. O mundo inteiro reconhece: igual a Pelé nenhum outro, nunca mais...
Títulos de Pelé
Pela Seleção:
Copa do Mundo: 1958, 1968 e 1970
Copa Rocca: 1957 e 1963
Sul-Americano Militar: 1959
Copa Oswaldo Cruz: 1958, 1962 e 1968
Copa Bernardo O'Higgins: 1959
Pelo Santos
Mundial de Clubes: 1963 e 1963
Taça Libertadores: 1962 e 1963
Recopa Sul-Americana: 1968
Recopa Mundial: 1968
Campeonato Brasileiro: 1961, 1962, 1963, 1964, 1965 e 1968
Torneio Rio-São Paulo: 1959, 1963, 1964 e 1966
Campeonato Paulista: 1958, 1960, 1961, 1962, 1964, 1965, 1967, 1968, 1969 e 1973
Troféu Mário Echandi (Costa Rica): 1959
Torneio Pentagonal do México: 1959
Troféu Tereza Herrera (Espanha): 1959
Torneio de Valência (Espanha): 1959
Troféu de Gialorosso (Itália): 1960
Torneio de Paris (França): 1960 e 1961
Torneio Triangular da Costa Rica: 1961
Torneio Pentagonal de Gadalajara (México): 1961
Torneio Itália: 1961
Torneio Hexagonal do Chile: 1965 e 1970
Torneio de Caracas (Venezuela): 1965
Torneio Quadrangular de Buenos Aires (Argentina): 1965
Torneio de Nova York (Estados Unidos): 1966
Torneio Triangular de Florença (Itália): 1967
Torneio da Amazônia: 1968
Torneio Octagonal do Chile: 1968
Torneio Pentagonal de Buenos Aires (Argentina): 1968
Torneio de Cuiabá: 1969
Torneio Triangular da Guatemala: 1970
Torneio de Kingston (Jamaica): 1971
Troféu Independência: 1972
Pelo Cosmos:
North American Soccer League: 1977
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