Noventa e oito por cento do esgoto coletado em Oliveira já recebe tratamento, informa o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE). O percentual demonstra que aproximadamente 15.600 imóveis estão incluídos no sistema. De acordo com a autarquia, os avanços do saneamento em Oliveira são perceptíveis e muito acima da média estatística de coleta e tratamento de esgoto do país.
O SAAE iniciou, em fevereiro de 2021, as operações da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE). O pequeno percentual ainda sem tratamento é de residências instaladas em locais ribeirinhos, ou seja, próximas aos córregos e que têm seu lançamento de esgoto diretamente nesses cursos d’água. Para solucionar a situação, serão necessárias obras específicas.
O tratamento é feito em diversas etapas. O esgoto bruto passa primeiramente por uma grade grossa de limpeza manual, situada no interior da estação elevatória, em forma de cesto removível, fazendo assim a retenção dos materiais de grande porte. Em seguida o fluxo entra na estação elevatória, onde é alçado ao início do tratamento, por meio de três conjuntos de motobombas, com potência de 40 CV cada r. A tubulação que transporta o esgoto é chamada de Rede de Recalque.
A primeira etapa ocorre na área de tratamento preliminar, constituída de duas grades finas, seguida por desarenadores e um medidor de vazão tipo Parshall. Todas essas etapas têm finalidade de reter sólidos grosseiros e de menor granulometria. Do tratamento preliminar, o esgoto é distribuído pelas redes de alimentação para duas lagoas aeradas. Uma delas recebe 75% do efluente e a outra os 25% restantes, onde, por meio da insuflação de ar por aeradores mecânicos superficiais de alta rotação, é processada a oxidação da matéria orgânica.
Na primeira lagoa foram instalados 12 aeradores com 10 CV cada e na segunda mais seis aeradores com 7,5 CV cada. O efluente se junta na caixa de distribuição de vazão, onde novamente é distribuído, dessa vez de forma igualitária, sendo 50% encaminhados para a primeira lagoa de sedimentação e os outros 50% para a segunda. Os sólidos repousam no fundo das lagoas, onde passam por um processo de estabilização. O efluente, já em condições ambientais adequadas, é lançado por uma rede de emissários no Córrego Maracanã, que segue seu curso devidamente despoluído.
Desde a implantação da ETE, o SAAE tem enfrentado alguns percalços na operação, que aos poucos são superados. Um dos problemas foi o mau-cheiro exalado no início da operação. O problema foi solucionado com adoção de práticas e produtos mais eficientes, além de um acompanhamento 24 horas por dia, durante todo o ano, por uma equipe qualificada e competente.
Sobre os avanços no saneamento básico leia o editorial “Passos à frente”, na página 2 desta edição.
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