Marcelo Praxedes/PMO
Agentes de endemias de Oliveira combatem o vetor da doença.
O Ministério da Saúde divulgou documento técnico sobre a possibilidade de uma potencial epidemia de dengue na Região Sudeste do país, principalmente nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo. O alerta inclui Oliveira, município no qual o 4º Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa), realizado entre 06 e 10 de novembro, apresentou um percentual de 5,8% no índice de infestação predial do mosquito. O resultado é considerado de alto risco com relação às doenças transmitidas pelo Aedes aegypti.
O risco elevado está relacionado à facilidade de proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor das doenças dengue, zika e chikungunya, nas condições climáticas do verão, que tem início nesta sexta-feira (22) e vai até 20 de março de 2024, e aos possíveis efeitos do fenômeno El Niño, apontados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como responsáveis pelas ondas de calor extremo.
Em Minas Gerais, estado em que de 1º de janeiro a 11 de dezembro deste ano foram registrados 304.638 casos confirmados de dengue e 193 mortes provocadas pela doença, 380 municípios estão em situação de alerta e 82 na zona de risco, de acordo com os últimos dados do LIRAa, divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG).
O alerta vale para municípios com Índice de Infestação Predial pelo Aedes aegypti (IIP) igual ou superior a 0,9 e a situação de maior risco para valores acima de 4, caso de Oliveira (5,8%).
O Ministério da Saúde alertou para a necessidade da população ajudar a eliminar os criadouros do mosquito e evitar deixar água parada, já que um levantamento mostrou que 74,8% dos focos estão nas residências. Outra preocupação da pasta é com o ressurgimento dos sorotipos 3 e 4 do vírus no Brasil, que voltaram a circular recentemente no país. O órgão sugere que a população faça uma inspeção em casa pelo menos uma vez por semana.
Dados do LIRAa mostram que 1.506 de um total de 4.976 municípios analisados no país têm classificação de alerta para infestação do mosquito, o equivalente a 30,2%. Outros 189 municípios ou 3,7% têm classificação ainda mais alta de risco. O restante, 3.281, correspondente a 65,9%, obteve classificação satisfatória.
Os números revelam ainda que 74,8% dos criadouros do mosquito da dengue estão nos domicílios, como em vasos e pratos de plantas, garrafas retornáveis, pingadeiras, recipientes de degelo em geladeiras, bebedouros em geral, pequenas fontes ornamentais e materiais em depósitos de construção, como sanitários estocados e canos.
Ainda de acordo com o levantamento, depósitos de armazenamento de água elevados (caixas d’águas, tambores, depósitos em alvenaria) e no nível do solo (tonéis, tambores, barris, cisternas, poços e cacimbas) aparecem como segundo maior foco de procriação dos mosquitos, com 22%. O depósitos de pneus e lixo correspondem a 3,2%.
Medidas para evitar as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti
Elimine recipientes que acumulam água parada; mantenha lixeiras sempre tampadas; deixe o quintal sem lixo e entulhos e coloque garrafas e baldes de cabeça para baixo; mantenha reservatórios de água do ar-condicionado, geladeira e umidificador secos e vazios; ralos devem estar limpos e protegidos por tela; não use pratinhos que acumulam água sob os vasos de planta; bebedouros de animais devem ser limpos com bucha ou escova semanalmente; mantenha as canaletas e calhas desobstruídas para não acumularem água com a chegada das chuvas; faça manutenção periódica de piscinas e caixas d’água; coloque plantas que acumulam água em local coberto; deixe lonas bem esticadas, evitando a formação de poças d’água; use repelentes.
Sobre o tema leia o editorial “Responsabilidade administrativa”, na página 2 desta edição.
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