Consumidor precisa tomar cuidado para não estourar orçamento mensal.
O Custo da Cesta Básica em Oliveira passou de R$ 637,55 no mês de agosto para R$ 667,44 em setembro. A variação indica que, no município, o preço dos gêneros de primeira necessidade é maior que o da capital Belo Horizonte, onde a cesta não passou de R$ 650,16, segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). Os dados são do Relatório de Acompanhamento da Cesta Básica de Oliveira, publicação elaborada pelo grupo de monitoramento da Fundação Educacional de Oliveira (FEOL Faculdade). O valor da cesta básica representou, em setembro de 2022, cerca de 59,53% do salário mínimo líquido (deduzidos os 7,5% de Previdência Social). Desta forma, o oliveirense que ganha um salário mínimo por mês, precisou trabalhar 131 horas somente para sobreviver.
De acordo com o relatório da FEOL, a batata foi responsável pela maior alta (45,83%) e uma das causas prováveis pode ser a diminuição da oferta, devido às chuvas e à redução do ritmo da colheita. Dentre os produtos que mais sofreram variações merece destaque o leite, que vinha em uma sequência de alta e apresentou uma redução de 11,39%, provavelmente porque o preço elevado resultou em retração do consumo, provocando queda no volume de vendas. Dessa forma, o crescimento dos estoques e o aumento das importações de laticínios resultaram em queda dos preços no varejo.
Ainda segundo o relatório, no geral os preços seguem a lei da oferta e demanda e se movimentam em busca do equilíbrio. Quando a quantidade ofertada dos produtos diminui, a tendência é um aumento nos preços, ao passo que quando a quantidade ofertada aumenta, a tendência é a redução nos preços ao consumidor.
O coordenador da pesquisa, professor João Paulo Aparecido Longuinho, orienta o consumidor a, sempre que puder, pesquisar os preços. Em mercados distintos é possível encontrar marcas iguais por preços diferentes, além de marcas substitutas com preços mais atrativos. O consumidor deve levar em conta os custos de pesquisa. Ao se deslocar de um estabelecimento para outro incorrerá em custos de transporte, além da inconveniência do tempo gasto. Como os preços apresentam variações, o ideal é que o consumidor compre somente o necessário. Evitando excessos, é possível fazer o orçamento render mais.
Alerta o professor que as embalagens econômicas (com maior volume, por exemplo) podem ser uma armadilha para o consumidor, fazendo com que compre uma quantidade além do necessário, em nome de uma suposta economia, em comparação com as embalagens normais. No entanto, comprar uma quantidade além do necessário pode comprometer parte do orçamento, que certamente fará falta para a compra de outro produto.
A pesquisa da FEOL tem como base a metodologia desenvolvida pelo DIEESE. Os dados foram coletados mensalmente, com exceção do mês de julho/2022, em 18 estabelecimentos comerciais no município de Oliveira. Os produtos que compõe a pesquisa e as respectivas quantidades são os contidos no Decreto 399 de 1938, que define os itens componentes da cesta básica de alimentos e estabelece que o salário-mínimo é a remuneração devida ao trabalhador, por dia normal de serviço, capaz de satisfazer, em determinada época e região do país, às suas necessidades normais de alimentação, habitação, vestuário, higiene e transporte.
O objetivo do relatório da FEOL é informar as famílias sobre as variações de preços da cesta básica e, assim, ajudar a perceber como o poder de compra dos rendimentos é afetado no tempo.
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