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Foto do escritorLeonardo José da Rocha

Oliveira tem mais unidades de saúde e escolas do que igrejas


Arquivo GM

UBS dos Bairros Triângulo e das Graças: saúde e educação estão à frente das religiões.

 

O Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mapeou, pela primeira vez, todas as coordenadas geográficas, linhas que permitem localizar qualquer local no território nacional e constatou que o Brasil tem mais igrejas e templos do que escolas e hospitais. A metodologia utilizada pelo IBGE permitiu analisar, com mais precisão, endereços de todo o país, que possui 5.568 municípios. Os dados foram divulgados, na sexta-feira (02) e indicam que, ao contrário da tendência nacional, o município de Oliveira tem bem mais escolas e unidades de saúde do que instituições religiosas.


Em todo o país, o Censo 2022 constatou 579,8 mil templos ou outras instituições religiosas, ante 264,4 mil estabelecimentos de ensino e 247,5 mil de saúde, perfazendo, os dois últimos, o total de 511,9 mil, numa diferença, a mais, de 67,9 mil em favor das igrejas. Já Oliveira apresenta 31 Instituições de ensino e 86 Unidades Básicas de Saúde (UBS) e hospitais, no total de 117. Igrejas e templos são 69, com diferença de 48 a menos que as unidades de saúde e educação. A cidade conta com 39.262 habitantes,18.389 residências, 788 construções; 1.500 estabelecimentos agropecuários e 2.552 pontos de comércio, cultura, prédios públicos e outros.

Na vizinha cidade de São Francisco de Paula, com população de 6.187 habitantes, os dados apontam também uma pequena diferença em favor da saúde e educação, sendo: Instituições de ensino - 10; Hospitais e Unidades Básicas de Saúde (UBS) – 21 (total 31). Já igrejas e templos são 28 (três a menos). Construções (117); Estabelecimentos agropecuários (602); Comércio, cultura, prédios públicos e outros (474); Residências (3.153).


No Amazonas e em Rondônia, a proporção de estabelecimentos religiosos (19.134 e 7.670, respectivamente) é o dobro da soma dos de ensino e saúde (9.790 e 3.820, respectivamente). São Paulo, Piauí, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul são estados cuja soma entre estabelecimentos de ensino e de saúde supera a de religiosos.


Analistas do assunto afirmam que o alto número de estabelecimentos religiosos surpreende de certa forma, se for comparado a estudos recentes, mas condiz com a transição religiosa experimentada pelo país. Na época da monarquia, no primeiro Censo, 99% dos habitantes eram católicos, mas com a chegada de evangélicos vindos da Europa, essa situação foi diminuindo ao longo das décadas, e agora os católicos estão em torno de 50%, enquanto os evangélicos são pouco mais de 30%. Só em 2019, foram abertas 6.356 igrejas evangélicas no país, média de 17 por dia, com predominância das pentecostais. Entre os motivos dessa expansão está o enfraquecimento do catolicismo, que perdeu alcance com a formação das periferias urbanas após o êxodo rural.


Outro dado do Censo revela pelo menos 18 cidades têm mais residências do que habitantes. De forma geral, os municípios com mais casas do que pessoas são destinações turísticas, que costumam receber mais gente nos fins de semana, feriados e períodos de férias. O estado que mais concentra municípios com essa característica é o Rio Grande do Sul. Arroio do Sol, a aproximadamente 170 quilômetros de Porto Alegre, tem 18,9 mil casas para 11,1 mil moradores, ou seja, são quase duas casas (1,7) para cada habitante.


Sobre o tema leia o “CONTRATEMPO”, na capa desta edição.

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