Acompanhando a tendência de diversos municípios mineiros, Oliveira vem enfrentando, nas últimas semanas, um alto índice de pessoas infectadas por dengue, doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, somente na semana epidemiológica 08, que corresponde ao período 19 a 25 de fevereiro, foram notificados 80 casos suspeitos, que aguardam o resultado de exames para confirmação ou exclusão. Do início de janeiro a 17 de fevereiro, foram notificados 81 casos suspeitos. Destes, 70 foram confirmados e 11 descartados. As regiões com mais notificações são: Centro, São Sebastião, Santa Luzia e Dom Bosco.
O atendimento aos casos notificados foram realizados por médicos nos postos do Programa Saúde da Família (PSF). Antes de ocorrerem as notificações, os pacientes passam por avaliação médica e são orientados a realizarem o exame no laboratório municipal, no sétimo dia após o aparecimento dos sintomas.
A Secretaria da Saúde aconselha às pessoas a procurem as unidades do PSF em que são cadastradas, o que nem sempre ocorre. Muitas vão diretamente ao Pronto Atendimento Municipal (PAM), o que dificulta a contagem dos casos. Se necessário, a própria unidade de saúde encaminha a pessoa ao PAM.
No dia 26 de janeiro a Prefeitura, por intermédio da Vigilância em Saúde, órgão ligado à Secretaria Municipal da Saúde, divulgou o resultado do 1º LIRAa (Levantamento Rápido de Índices de Infestação para Aedes aegypti) neste ano. Os agentes de combate a endemias visitaram 840 imóveis, e de acordo com levantamento realizado entre os dias 16 e 20 de janeiro, Oliveira apresentou Índice de Infestação Predial de 6.2, considerado alto. Em janeiro, os bairros com maior incidência de focos do mosquito transmissor eram Santo Antônio, Rosário, Oscar de Faria Lobato, Cyntia, Elias Raimundo, São Geraldo, Aparecida e João Paulo II.
A Secretaria informou que estão sendo realizadas pelos Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Endemias visitas domiciliares inspecionando os imóveis, com o objetivo de orientar os moradores sobre a eliminação de depósitos de água parada e sobre a importância de manter casas e quintais limpos todos os dias do ano, principalmente no período de chuvas, quando ocorre o maior número de casos e notificações. Diz ainda a Secretaria que estão sendo promovidas ações focadas no objetivo de diminuir os criadouros do mosquito Aedes aegypti, além da aplicação do inseticida de ultrabaixo volume (UBV), conhecido como fumacê, uma das estratégias usadas pelo órgão de saúde na luta contra a dengue. A Secretaria Municipal da Saúde lembra que é importante a população também fazer a sua parte.
Casos de dengue e chikungunya aumentam em Minas
Em apenas dois meses, 11.658 casos de dengue foram confirmados em Minas Gerais. uma média de 215 casos por dia, conforme boletim epidemiológico publicado pela Secretaria de Estado da Saúde, dia 23 de fevereiro. Entre os dias 1º de janeiro e 22 de fevereiro do ano passado, 1.940 pessoas tiveram dengue em todo o Estado. O número é inferior aos 11.658 registrados neste ano, o que representa um aumento de cerca de 500%.
Neste ano, no mesmo período foram também confirmados 4.054 casos de chikungunya, com média de 75 por dia. Entre os casos de chikungunya, o salto foi de 37 para 4.054, um crescimento de 10.856%.
O aumento do número de casos de dengue e chikungunya configura surto das doenças e está diretamente relacionado a uma série de fatores, entre eles, em muitas cidades, devido às ações de combate à covid-19, houve diminuição no controle da proliferação do Aedes aegypti, mosquito responsável pela transmissão da dengue, zika e chikungunya.
Esse aumento é comum no verão, período do ano favorável para a proliferação do mosquito. Quanto mais elevada a temperatura ambiente, menor é o ciclo do agente, que deixa rapidamente de ser ovo para se transformar em mosquito. Uma ação fundamental diante deste cenário é o monitoramento de casos. O mosquito da dengue está sempre perto de onde ele nasceu. Quando se tem uma região com maior número de casos, sabe-se que no local há mais focos do mosquito, o que facilita as ações de combate.
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